sábado, 20 de novembro de 2010

O valor das ideias e a participação

Costuma dizer-se que são os jovens quem tem o espírito empreendedor e de mudança; costuma dizer-se que é aos jovens que se deve o desenvolvimento do mundo; costuma dizer-se que é pelo empowerment dos jovens que as sociedades evoluem. De facto, estas evoluções não se devem aos jovens. Devem-se sim às suas ideias e ao seu poder criativo e empreendedor para as colocar em prática. E se analisarmos bem esta parte da transposição das ideias para a prática, cedo nos damos conta que é preciso muito mais do que carolice para as pôr em marcha:

Em primeiro lugar, é preciso tê-las, já vimos.

Em segundo lugar, é preciso querer mostrá-las.

Em terceiro, é preciso que haja uma adesão a essa ideia por parte de outros.

Em quarto, é preciso reunir os recursos (financeiros, humanos, materiais) para pôr as ideias em prática.

Em quinto, é sempre necessário um palco para as pôr em prática e, por último

Em sexto lugar é preciso que se reúna consenso quanto ao feedback a dar às ideias que alguém, em algum momento, teve, para que haja outro processo de lançamento de ideias.

Ora a isto, no contexto português, podemos chamar, em sentido lato, de participação e empreendedorismo social. Com que finalidade? Com a única e propositada finalidade de contribuir para o bem-estar dos seus pares, e para o seu progresso enquanto indivíduos e para o progresso da comunidade onde se inserem.

 Quando pensámos em lançar este movimento, não pensámos que ele reunisse tanto da primeira, da segunda e da terceira fase e que, por via destas, nos levasse daí por diante em todas as outras fases que elenquei acima.

A verdade é que a intenção de querer mudar, de dar ao Associativismo a forma e o papel da transformação, reconhecendo-lhe o valor de intervenção que sempre teve, fez-me (e fez-nos) até hoje querer perceber que estamos a ir no caminho certo.

No caminho onde as ideias valem mais e onde toda a gente tem um ponto a acrescentar na história. Com toda a certeza vos digo, que terão a porta aberta.

Disse.

sábado, 13 de novembro de 2010

O papel dos Núcleos de Curso;

Esta semana, e a próxima, está marcada pelas eleições dos núcleos de curso, sem duvida, indispensáveis para uma Universidade com os moldes na nossa.

Transmitem e respiram um ideal de integração/inclusão, representação, cooperação, aculturação, recreio, em resumo, um apoio continuado aos alunos que representam, nas diversas áreas da vida académica, e progressão na mesma, procuram representar os seus estudantes, defender interesses, promover direitos, ajudar na sua formação, seja de forma cívica ou cultural, ou auxiliar na resolução de problemas educativos.

Também já o disse uma vez, os núcleos servem igualmente para permitir uma descentralização das estruturas da “casa mãe”, mas, infelizmente, acho que o seu modelo funcional faliu.

O modelo de uma “associação de estudantes” atendendo á escala de cada curso é obsoleto, desajustado das realidades de hoje.

Está assim porque a própria Universidade mudou, adicionaram-lhe Curadores, alteraram-lhe os Órgãos de Gestão, reformularam-lhe os de Gestão Científica e Pedagógica e atribuíram-nos um Provedor, mas, sobretudo, o desajuste nasce porque a realidade socioeconómica se alterou, e não nos temos adequado.

Vejamos, e deixemos desde já as questões da integração para quem tem pergaminhos na matéria, hoje em dia todos os núcleos, uns mais que outros, vivem de actividades de fins culturais e desportivos e apostam em alguma formação pessoal dos seus membros, seja com palestras ou workshops, amiúde, são igualmente uma alavanca pedagógica para aqueles que representam.

Chega? A meu ver não!

Hoje em dia qual o principal problema para um recém-licenciado?

Vem apenas no fim do curso, é a entrada para o mercado de trabalho!

Pode-se alegar que depois de terminar o curso, e não seguindo para mestrado, já não se é membro, ainda assim importa lembrar que os nossos colegas esperam mais de um ano pela entrada no mercado de trabalho, as vezes pela porta da precariedade, seria muito bom apostar na formação destes, na promoção extracurricular, os núcleos devem saber promover a ligação com o tecido económico/empresarial da região, é isso que tem faltado (embora existam já bons exemplos na área).

É claro que não devem substituir a “casa mãe”, muito menos a própria Universidade, mas é verdade que são grandes conhecedores das valências que possuem, e também do estado da empregabilidade das suas áreas, como tal, devem reunir esforços, buscar parcerias, lançar o repto para garantirem programas de estágios de curta duração junto dos empregadores locais, criar bases de dados bidireccionais, tanto dos currículos dos estudantes como das necessidades das empresas das áreas em que se inserem.

A empregabilidade e empreendedorismo devem ser temas actuais, deve estimular-se a criação do próprio emprego, promover formações sobre planos de negócios, financiamento, enquadramento legal/empresarial e constituição empresarial.

Mas para que os núcleos cumpram este papel não bastam intenções, estes devem ser mais apoiados, as suas competências devem ser revistas, carecem ainda de dotação orçamental e da eliminação de barreiras institucionais.

Todos sabemos que vivemos numa sociedade onde os processos de reestruturação económica, produtiva e organizacional são imprevisíveis e são os jovens, no que respeita aos licenciados, que mais incertezas vivem, o diploma já não garante uma carreira estável e duradoura, então, numa altura de reorganização não fiquemos á margem, é tempo de estruturar certas organizações, dar-lhe capacidade de resposta, conferir-lhe objectivos sérios, de prepara-las para os desafios de hoje!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A importância do Associativismo Académico;

Por excelência a Universidade será sempre um espaço dedicado á construção da pessoa humana, dando oportunidade de todos desempenharem o papel social que lhe cabe enquanto alunos e cidadãos, portanto, é fulcral no nosso processo de socialização a participação no Associativismo Académico.

Vejamos, é verdade que como Instituição a Universidade é fundamental na formação de “elites”, sejam políticas, culturais ou intelectuais da nossa sociedade, estas aparecem fomentadas pela transmissão de conhecimentos, pela experimentação, pela simples admiração, pelo básico estudo ou ate pelo convívio com detentores de elevados títulos académicos, contudo, não deixa de ser verdade que juntamente com o que se aprende em salas de aula, laboratórios ou livros está um forte lado informal (e histórico), recheado de costumes e hábitos que caracterizam uma população juvenil estudantil, letrada, preocupada, como objectivos cívicos claros e sedenta de debates académicos e políticos (e não, não só de ócio!).

É assim hoje, será certamente amanha e já o era ontem, desde cedo que se engendrou uma forte identidade estudantil, apoiada pelos rituais académicos, pelo clima de irreverência e pelo regozijo, infelizmente é notório que o ambiente de contestação, de criação público – politico e de debate tem decaído ao longo dos tempos.

Atrevo-me a dizer que no nosso País sempre que foi preciso pulso e opinião firme os Estudantes estiveram na linha da frente, basta que nos recordemos da década de 60, principalmente na Universidade de Coimbra, palco de intensas lutas, vivia-se no Regime Salazarista e onde Movimento Associativo Académico começou a desgastar o Regime, mobilizou a cidade e a opinião democrática de todo País. Talvez tenham sido ate os Estudantes a levar a Revolução para os Quartéis, muito por força daqueles que eram mobilizados para a Guerra.

Mais recentemente, meados dos anos 90, a mobilização esteve sob a bandeira da luta contra o aumento das Propinas, que em 97 aumentaram cerca de 300€, e chegam hoje em dia a perto de 1000€. A vida democrática académica continuou a dar lugar a muitas lutas e acções associativas e políticas, infelizmente notou-se o declínio do Movimento, com pouca aceitação na praça pública e nem sempre bem representado no que a líderes diz respeito, na minha opinião.

Genericamente e numa estranha relação proporcional inversa á medida que a população estudantil académica tem aumentado a participação e mobilização dos estudantes tem vindo a diminuir, está agora em escassas centenas.

Como se explica tal facto?

Esvaziou o balão contestatário?

Desligou-se a opinião pública?

Perdeu-se a massa crítica estudantil?

Infelizmente o nosso país tem uma escassa participação cívica e associativa.

È uma realidade que nas últimas décadas se tem vindo a agravar, verificam-se ainda níveis assinaláveis de filiação associativa, contudo, segundo estudos, houve uma quebra clara na última década do século passado: de 34% de filiação associativa académica juvenil, em 1990, passou a 25,6%, em 1999. (Delicado, 2003).

Quando a mim a causa estudantil não perdeu força, quando muito tem hoje menos impacto que num passado recente.

Parece-me que a pouca mobilização se deve, em grande parte, ao afastamento das estruturas dirigentes em relação á massa dos estudantes, e Aveiro não é excepção, é certo que temos uma descentralização das estruturas de base, com os Núcleos de Curso (muito negligenciados ultimamente, como os desportivos e culturais) mas não chega.

A verdade é que são as festas e rituais estudantis lúdicos que continuam agregar atenção da maioria dos estudantes, e não deve ser assim, não se pode submeter o Associativismo Académico a uma lógica mercantilista, consumista e de dedicação ao ócio, não se deve procurar alienar os estudantes da vida político-social, não devemos esquecer que criamos hoje as mentes de amanha.

Da parte de uma Associação Académica faltam espaços de discussão pública, de diálogo, de agregação de massas, falta mostrar a Casa, prestar contas…não chega dizer que se dissolve com os seus, é preciso agregar todos!

Então, porque a importância da participação no Associativismo Académico?

O ser humano não se constitui de forma auto-suficiente, nem tão pouco egoísta, o que nos constrói são as relações interpessoais, que, na minha opinião, se aprofundam na experiencia associativa, devemos procurar participar, agir, pensar na pratica, mas mantendo sempre um sentido de missão, nunca de obrigação e buscando assim “um conjunto de virtudes cívicas (…) comportamentos cooperativos, respeito pelos outros, tolerância, respeito pela lei, envolvimento activo na esfera pública e reforço dos sentimentos de autoconfiança e de eficácia pessoal”.

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Assembleia Geral de Alunos Extraordinária na próxima 2ª feira, dia 8

Convocatória:
A Mesa da Assembleia Geral de Alunos da Associação Académica da Universidade de Aveiro, vem por este meio convocar todos os Alunos da Universidade de Aveiro para a Assembleia Geral de Alunos Extraordinária, a realizar no próximo dia 8 de Novembro de 2010 (Segunda-feira), pelas 21h00 no Auditório da Casa do Estudante, com a seguinte ordem de trabalhos:

1.Informações;
2.Apresentação dos Relatórios da Auditoria dos anos 2007 e 2008;
3.Balanço preliminar do primeiro semestre do mandato de 2010;
4.Abate de material obsoleto;
5.Outros Assuntos.

Universidade de Aveiro, 4 de Novembro de 2010

Sérgio Lopes
Associação Académica da Universidade de Aveiro
Presidente da Mesa da Assembleia Geral de Alunos
Site: www.aauav.pt
Tlf: 234 372 320
E-mail: mesa@aauav.pt

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Estudantes não são ouvidos há mais de 7 meses.

A última Assembleia Geral de Alunos aconteceu no dia 22 de Março. Apesar da promessa eleitoral, já se passaram mais de 7 meses.


Fonte: Programa Eleitoral Lista Q (página 14)

O Movimento

O movimento Pensar na Prática é um grupo aberto e independente formado por estudantes da Universidade de Aveiro, regido pelos valores da participação activa. Surge com o intuito de criar na UA um espaço de discussão e debate, rentabilizando a massa crítica de cada um e, sempre que necessário, constituindo-se como um movimento de contestação.

A nossa visão integra uma Universidade inclusiva e abrangente, promovendo a formação cívica e humana do estudante da Universidade de Aveiro.

Pretendemos dar voz activa aos estudantes e promover o debate responsável em torno do passado, do presente e do futuro do Associativismo Estudantil na Universidade de Aveiro.