sábado, 13 de novembro de 2010

O papel dos Núcleos de Curso;

Esta semana, e a próxima, está marcada pelas eleições dos núcleos de curso, sem duvida, indispensáveis para uma Universidade com os moldes na nossa.

Transmitem e respiram um ideal de integração/inclusão, representação, cooperação, aculturação, recreio, em resumo, um apoio continuado aos alunos que representam, nas diversas áreas da vida académica, e progressão na mesma, procuram representar os seus estudantes, defender interesses, promover direitos, ajudar na sua formação, seja de forma cívica ou cultural, ou auxiliar na resolução de problemas educativos.

Também já o disse uma vez, os núcleos servem igualmente para permitir uma descentralização das estruturas da “casa mãe”, mas, infelizmente, acho que o seu modelo funcional faliu.

O modelo de uma “associação de estudantes” atendendo á escala de cada curso é obsoleto, desajustado das realidades de hoje.

Está assim porque a própria Universidade mudou, adicionaram-lhe Curadores, alteraram-lhe os Órgãos de Gestão, reformularam-lhe os de Gestão Científica e Pedagógica e atribuíram-nos um Provedor, mas, sobretudo, o desajuste nasce porque a realidade socioeconómica se alterou, e não nos temos adequado.

Vejamos, e deixemos desde já as questões da integração para quem tem pergaminhos na matéria, hoje em dia todos os núcleos, uns mais que outros, vivem de actividades de fins culturais e desportivos e apostam em alguma formação pessoal dos seus membros, seja com palestras ou workshops, amiúde, são igualmente uma alavanca pedagógica para aqueles que representam.

Chega? A meu ver não!

Hoje em dia qual o principal problema para um recém-licenciado?

Vem apenas no fim do curso, é a entrada para o mercado de trabalho!

Pode-se alegar que depois de terminar o curso, e não seguindo para mestrado, já não se é membro, ainda assim importa lembrar que os nossos colegas esperam mais de um ano pela entrada no mercado de trabalho, as vezes pela porta da precariedade, seria muito bom apostar na formação destes, na promoção extracurricular, os núcleos devem saber promover a ligação com o tecido económico/empresarial da região, é isso que tem faltado (embora existam já bons exemplos na área).

É claro que não devem substituir a “casa mãe”, muito menos a própria Universidade, mas é verdade que são grandes conhecedores das valências que possuem, e também do estado da empregabilidade das suas áreas, como tal, devem reunir esforços, buscar parcerias, lançar o repto para garantirem programas de estágios de curta duração junto dos empregadores locais, criar bases de dados bidireccionais, tanto dos currículos dos estudantes como das necessidades das empresas das áreas em que se inserem.

A empregabilidade e empreendedorismo devem ser temas actuais, deve estimular-se a criação do próprio emprego, promover formações sobre planos de negócios, financiamento, enquadramento legal/empresarial e constituição empresarial.

Mas para que os núcleos cumpram este papel não bastam intenções, estes devem ser mais apoiados, as suas competências devem ser revistas, carecem ainda de dotação orçamental e da eliminação de barreiras institucionais.

Todos sabemos que vivemos numa sociedade onde os processos de reestruturação económica, produtiva e organizacional são imprevisíveis e são os jovens, no que respeita aos licenciados, que mais incertezas vivem, o diploma já não garante uma carreira estável e duradoura, então, numa altura de reorganização não fiquemos á margem, é tempo de estruturar certas organizações, dar-lhe capacidade de resposta, conferir-lhe objectivos sérios, de prepara-las para os desafios de hoje!

2 comentários:

  1. peço desculpa, é um texto bom de ler... mas, na minha modesta opinião, simplesmente não deste soluções práticas, nós estudantes, estamos fartos de palha, vemos muito nas aulas... gostamos é de ver acções PRÁTICAS, coisa que não vi neste texto... não quero ser arrogante nem nada, é simplesmente a minha opinião

    abraço...

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  2. "Diz o colega que o modelo de mini-associações de estudantes por curso é inadequado, sugerindo de seguida que se tornem cumulativamente mini-GESPs por curso. Propõe-se abrir um debate estatutário?"

    resposta completa em
    http://coisasdacausa.blogspot.com/2010/11/aauav-e-pratica-de-pensar-v.html

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